Aristides Sousa Mendes, um benfeitor da humanidade

Aristides de Sousa Mendes do Amaral Abranches.

PORTUGAL (TOP) – Aristides de Sousa Mendes do Amaral Abranches, nasceu em Cabanas de Viriato, a 19 de julho de 1885. Foi um cônsul português, e pelo seu feito, Sousa Mendes foi demitido por António de Oliveira Salazar, do cargo e ficou na miséria, com a sua numerosa família. Morreu na pobreza a 03 de abril de 1954, no Hospital dos Franciscanos, em Lisboa.

Salvar as vidas de mais de 30 000 refugiados que buscam escapar do terror nazi durante a Segunda Guerra Mundial.

Enquanto Cônsul de Portugal em Bordéus no ano da invasão de França pela Alemanha Nazi na Segunda Guerra Mundial, desafiou ordens expressas do presidente do conselho de ministros António de Oliveira Salazar, que acumulava a função de ministro dos Negócios Estrangeiros, e durante três dias e três noites concedeu vistos de entrada em Portugal a milhares de refugiados, incluindo muitos judeus, que fugiam da Alemanha, Áustria, da própria França e dos países já ocupados pelos exércitos alemães, mas também outros indivíduos de cidadania portuguesa, britânica, americana, etc. que tentavam regressar às suas pátrias.

Embora algumas fontes apontem o número de judeus salvos do holocausto por Sousa Mendes na ordem dos dez mil, num total de trinta mil refugiados a quem terá passado vistos, estudos levados a cabo pelo historiador Avraham Milgram, da Yad Vashem, sugerem que estes números terão origem num equívoco com o número total de judeus que terão passado por Portugal durante a segunda guerra mundial, cuja origem terá sido incorrectamente atribuída à acção de Sousa Mendes pelo autor Harry Ezratty em 1964, e desde então repetido acriticamente e sem verificação por muitos jornalistas e autores. Embora o número total de vistos passados por Sousa Mendes seja desconhecido, devido a muitos deles terem sido passados sem que deles se fizesse registo, esse número terá sido, na realidade, bastante inferior aos números iniciais referidos por Ezratty.[2] Segundo Avraham Milgram, que reconhece o heroísmo do feito de Sousa Mendes, este equívoco terá contribuído para que vários jornalistas e autores tenham vindo a exagerar a figura e os feitos de Sousa Mendes, comparando-o com outras personalidades como a de Raoul Wallenberg.

A sua casa, onde residiu o antigo diplomata português Aristides Sousa Mendes (Casa do Passal), em Cabanas de Viriato, vai ser alvo de uma  recuperação e musealização que vai custar um milhão de euros, no quadro das inúmeras atividades previstas no Programa Nunca Esquecer, ligado à memória do Holocausto. A verba foi avançada pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, ao falar na sessão de apresentação do programa, aprovado numa resolução do Conselho de Ministros de 25 de junho passado e que tem como comissária a investigadora Marta Santos Pais.

Bruno Pereira*

*Correspondente The Oe-Kusi Post em Portugal e Europa.

Bruno Pereira
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