DILI (TOP) - O Presidente da República, José Ramos-Horta, manifestou profunda preocupação com o crescente nível de perigo de proliferação na Ásia-Pacífico durante a sua participação na Cimeira de Segurança Asiática, conhecida como Diálogo de Shangri-Lá, em Singapura.
Cimeira de Segurança Asiática do IISS: O Diálogo de Shangri-Lá (SLD) é a conferência intergovernamental de segurança "Track One", realizada anualmente em Singapura pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS). O diálogo conta geralmente com a presença de ministros da defesa, chefes de ministérios permanentes e chefes militares da maioria dos Estados da Ásia-Pacífico. O nome do fórum vem do Hotel Shangri-Lá, em Singapura, onde se realiza desde 2002.
A cimeira serviu para incutir um sentido de comunidade entre os políticos mais importantes da comunidade de defesa e segurança da região. As delegações governamentais aproveitaram ao máximo o encontro, realizando reuniões bilaterais com outras delegações em paralelo com a conferência. Embora seja essencialmente uma reunião intergovernamental, a cimeira contou também com a presença de legisladores, especialistas académicos, jornalistas de renome e delegados empresariais.
Ao longo dos anos, o Diálogo de Shangri-Lá tornou-se um dos fóruns independentes mais importantes para a troca de opiniões entre decisores políticos sobre políticas de segurança internacional. Para além do país anfitrião, os países que participaram no diálogo incluem a Austrália, Brunei, Camboja, Canadá, Chile, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Japão, Coreia do Sul, Laos, Malásia, Mongólia, Myanmar, Nova Zelândia, Paquistão, Filipinas, Rússia, Suécia, Suíça, Timor-Leste, Tailândia, Ucrânia, Reino Unido e Estados Unidos.
A 31 de Maio deste ano, o Presidente da República, José Ramos-Horta, participou e proferiu o seu discurso nesta importante reunião sobre segurança em Singapura. O Prémio Nobel da Paz alertou que o armamento está a espalhar-se rapidamente nos países da Ásia-Pacífico, criando graves perigos para a região.
O Presidente Ramos-Horta explicou que a Ásia-Pacífico tem muitos países com armas nucleares e grandes exércitos que gastam muito em defesa. O Presidente mostrou-se preocupado com a rapidez com que a tecnologia de mísseis está a evoluir e a espalhar-se. Muitos países estão a construir mísseis melhores, capazes de voar a velocidades extremamente altas e atingir alvos muito distantes. Alguns países estão mesmo a vender esta tecnologia perigosa a outros.
O Presidente afirmou que vários fatores estão a agravar este problema. Os países da região não confiam uns nos outros e competem pelo poder. Acordos importantes que costumavam limitar certas armas foram cancelados, como o tratado que controlava os mísseis nucleares de médio alcance. Muitos países da região não assinaram tratados importantes de controlo de armas, e não existem regras ou formas suficientes para fazer cumprir os acordos existentes.
O Presidente Ramos-Horta disse que Timor-Leste está a observar estes desenvolvimentos com crescente preocupação. O Presidente apelou a que os países colaborem melhor em conversações sobre segurança e que haja controlos mais rigorosos na venda de tecnologia de armamento. O Presidente anunciou também que Timor-Leste irá aderir oficialmente à ASEAN em outubro, o que representa um passo importante para o progresso do país rumo à paz duradoura e à democracia.